sábado, 24 de novembro de 2012

 

 Mais uma postagem que trouxe do meu outro blog, o SÃO LOURENÇO - Caminho das Águas. Quem quer conhecer um pouco da minha cidade, visite o blog, que é dedicado totalmente à ela. 

http://pousodolourenco.blogspot.com.br


 quinta-feira, 6 de março de 2008

TEMPOS IDOS II - Estação de Águas

Tenho guardado com muito carinho um cartão postal de São Lourenço que meu pai recebeu de um amigo. Transcrevo aqui alguns trechos, tal como foram escritos:

"São Lourenço, 18 de Fevereiro de 1959

Prezado Snr. Antonio e Família

O Snr. realmente tinha razão quando me falava das maravilhas disto aqui. É de fato muito lindo êste parque. Estou fazendo tratamento a conselho do médico daqui, Dr. Prazeres.
(a foto, a família do Dr. Prazeres)
 

  Estou tomando a magneziana e a sulfurosa, e uma série de banho turco (4), dos quais já tomei dois. Vou ficar aqui até perfazer os 21 dias.

Recomendações a Dna. Maria e um grande abraço para o snr. e os filhos, do amigo de sempre

João Azevedo" 
.......................................................................................................
 
Nem meu pai, nem o sr. Azevedo, e muito menos o dr. Prazeres ainda estão por aqui, somente a suave lembrança que deixaram entre nós.
Mas São Lourenço e seu belo Parque continuam a encantar as novas gerações. E que assim seja eternamente...

terça-feira, 6 de novembro de 2012

CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA ?


 Ando muito envolvida, nos últimos tempos,  com plantas, coisa que gosto demais de fazer !
 Pensando, repensando, arrumando o jardim do meu sítio que ficou abandonado, "entregue às baratas", (como gostava de dizer meu pai) durante esse ano todinho !
Também cuidando do jardim do Caminho do Artesanato, tentando fazer daquele pequeno espaço um verdadeiro paraíso verde e florido !

As fotos são do Parque das Águas de S. Lourenço, lugar de paz e beleza, inspiração para meu trabalho de jardineira !

 E, no meio dessas atividades prazerosas, apesar de cansativas, fico observando o quanto as pessoas desprezam as plantas, jardins, flores...
Como elas desconhecem coisas básicas, que deveriam ser do conhecimento de todos.
Que incômodo enorme sentem quando encontram capim, grama, ou qualquer outra coisa verde no meio do calçamento ! São capazes de aceitar lixo no chão, mas capim, jamais !!!
Fui então reler, mais uma vez, algumas palavras do JOSÉ LUTZENBERGER, agrônomo e ecologista que participou ativamente na luta pela conservação e preservação ambiental.

"Existe entre nós uma incrível alienação diante da Natureza em geral e das árvores em especial, um desconhecimento diante de como elas crescem, do que elas precisam, do contexto do qual fazem parte, de como reagem a maus tratos.

 Situação muito comum: Uma família da cidade compra um sítio. A paisagem ainda está bastante intacta. Ali existe um capãozinho, ou um resquício de bosque.
 Passam logo a "limpar o mato". Na maioria de nossas cabeças a palavra "mato" é pejorativa.
 A "limpeza" consiste em retirar toda vegetação arbustiva e herbácea. 
Muitos vão além, "limpam" também o solo, varrendo e queimando todas as folhas secas. Não fosse tão caro, muitos pavimentariam o chão"
 "Os fazendeiros, com raras exceções, não conhecem a natureza de suas fazendas. A maioria até mora na cidade, quanto maior a fazenda e mais rico o fazendeiro, mais longe ele mora. Assim, não se dão conta, e também não se importam, que o excesso de gado pernoitando dentro dos pequenos bosques tenha o mesmo efeito que aquela tolice da "limpeza". O gado come todo o rebrote, pisoteia e causa erosão nas partes inclinadas. Os bosques acabam condenados a desaparecer ou a empobrecer drasticamente em sua diversidade biológica."

  "É muito comum também em sítios, ruas, praças e jardins, caiar os troncos de branco. Acham muito lindo.
 E para que pintar de branco? Será para demonstrar dominação humana?
 Parece que muita gente não gosta de ver natureza livre, desenvolvendo-se de acordo com suas próprias leis, nunca olham com atenção um tronco de árvore.
 Tudo deve ser ordenado, regimentado, colocado em camisa de força. Assim, quando plantam número maior de árvores, é quase sempre em formação geométrica, como pelotão militar, medido à trena!"

 "Uma das demonstrações mais eloqüentes de quão pouco a maioria das pessoas observa de perto e dialoga com as árvores, é a "poda" anual, uma mutilação arbitrária, violenta, que um sem número de prefeituras, especialmente em cidades pequenas - onde seria de se supor que as pessoas tivessem mais sensibilidade diante da Natureza - ainda infligem às árvores de rua e mesmo em praças."

 "Alguns anos faz, visitei o departamento de biologia de uma de nossas universidades: no centro do prédio, um pequeno pátio com meia dúzia de árvores de certo porte, o solo completamente nu e totalmente compactado. Varriam todas as folhas secas, não distinguiam entre lixo e folhagem morta, que é a vida do solo. 

Não entendem que fator básico da vida vegetal é a reciclagem da matéria orgânica no solo, que é um sistema vivo, com enorme complexidade de seres: bactérias, protozoários, algas, vermes, moluscos e insetos, e alguns animais superiores.
 Nem notam que, em dia de chuva, a folha seca não suja o sapato, em dia seco o tapete de folhas não deixa que se levante pó.
 
Estamos acostumados a ver este tipo de tratamento em todas as nossas praças e jardins, mas, por parte de biólogos, em departamento universitário...?!

 " A alienação diante da Natureza que acima descrevemos em relação às árvores, entre nós, é apenas um aspecto limitado da alienação geral da qual sofre a atual cultura industrial global. 

O fantástico e sinfônico processo da evolução orgânica, que já dura uns três bilhões de anos, que nos deu origem junto a milhões de outras espécies, foi sempre um processo equilibrado, auto-regulado, que se mantém pela reciclagem perfeita de todos os seus recursos materiais, com aproveitamento apenas de energia solar.

 A Sociedade Industrial Moderna faz o contrário: ela vive do consumo de recursos materiais não renováveis e de energias também não renováveis. Nesta forma ela não tem futuro. Teremos que aprender a "desfrutar", não a apenas consumir, e a trabalhar com energia solar. 

Todos os nossos esquemas de produção terão que tornar-se indefinidamente sustentáveis em termos de uso de materiais e respeitosos da grande diversidade dos sistemas vivos nos quais terão que enquadrar-se harmonicamente sem apagá-los."
.......................................................................................................................................................

Como é difícil fazer com que os seres humanos entendam e aceitem essas verdades !
Tentar, eu tento, apoiando-me em palavras de quem sabe o que está falando.
Conheçam aqui José Lutzenberger: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Lutzenberger